quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O ecossistema intestinal

Conheça as bactérias amigas da sua saúde
Trilhões de bactérias, entre mocinhas e vilãs, convivem ao longo dos quase 2 metros de intestino grosso. Nesse passeio pelo órgão, entenda como as espécies aliadas nos protegem

por DIOGO SPONCHIATO
design THIAGO LYRA


1. COMBUSTÍVEL PARA AS CÉLULAS 
Ao ingerir fontes de fibras solúveis, como frutas e cereais, a gente presenteia microorganismos do bem que habitam o intestino, como as bifidobactérias. Elas se alimentam desse nutriente e o transformam em ácidos graxos de cadeia curta, moléculas que nutrem as células do próprio órgão.

2. PROTEÇÃO AMBIENTAL 
Amigos do intestino, os lactobacilos adoram a lactose, o açúcar do leite e derivados. Eles convertem esse ingrediente em ácido lático, composto que ajuda a abaixar o pH de determinadas áreas do órgão. Mais ácido, o ambiente não fica propício à reprodução das bactérias nocivas.

3. ANTIBIÓTICO NATURAL 
Algumas bactérias que defendem o intestino participam da frente de combate contra as variedades malignas. Sua arma é bastante eficaz: elas produzem e disparam bacteriocinas, substâncias que enfraquecem inimigos por trás de infecções no aparelho digestivo, como a salmonela, impedindo sua multiplicação.

4.CHEGA DE INFLAMAÇÃO! 
Os processos inflamatórios são uma reação de defesa em qualquer canto do corpo, mas, quando se tornam recorrentes, viram um transtorno. No caso do intestino, podem gerar de desconfortos passageiros a males crônicos. Microorganismos como o Bacteroides fragilis sintetizam açúcares que incitam células do sistema imune a produzir substâncias antiinflamatórias. Em ação, elas amenizam a confusão armada, evitando também que a própria flora entre em desordem. É como se jogassem um balde de água sobre um foco de incêndio que começava a se alastrar.
LIVRE DE PROBLEMAS Quando a flora está em harmonia, cai o risco de diarréia e prisão de ventre. Mas, se esse equilíbrio se rompe, o corpo passa a reconhecer algumas bactérias como agressoras e estimula respostas inflamatórias, diz a gastroenterologista Cyrla Zaltman, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Essa reação pode subsidiar males como a síndrome do intestino irritável, que altera os movimentos e a sensibilidade do órgão, e a doença de Chron, em que inflamações em série provocam feridas nas paredes intestinais.


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